A MULTIDÃO
uma imagem para um minuto | Mariana Maia Rocha
Descrição
Uma imagem de James Jowers que reflete a prisão sentida nestes tempos de quarentena- "de estar presa na gaiola distante de ti, e agora?". Poema narrado e escrito por mim, todavia, sentido por todos - o manifesto à liberdade, ao silêncio, à multidão.
Dois corpos
O mesmo silêncio, medo, angústia,
Dois corpos, igual posição
Ora no peito ora no coração.
HOJE NÃO SOU UMA PESSOA
Sinto falta do olhar,
Estou farta de esperar...
Sinto-me presa na gaiola,
Distante de ti,
E AGORA?
Tenho inveja do lixo,
Inveja de vaguear na rua sem destino e lá poder ficar.
Olha lá para trás! Que felizes devem estar!...
Será o nosso destino estarmos presos assim?
Eu só queria ser como a multidão,
Ouvir o tacão no chão,
Sentir o perfume daquela senhora,
Rir de madrugada e sentir-me...ABRAÇADA!
Papel, carteira, café, ceia,
Movimento descontrolado, desordenado,
e eu,...AQUI ISOLADO.
Ah!...Mata-me se ser livre é ser assim!
MATA-ME! Isto é demais para mim!
Oh liberdade onde estás tu?
Esquerda, direita, frente, trás,
Sim, estou a olhar para ti.
Quero ver o sol, a lua, mas não engaiolada estar!
Quero ser o sol...na rua...
(E, sem chuva)
Novamente feliz...FICAR!
by Mariana Maia Rocha
DISTOPIA
o ensaio fílmico | Mariana Maia Rocha
Descrição
Distopia, o ensaio fílmico que mostra a cidade desprovida de vida, o eu desprovido de cidade. Relembrando o filósofo Italo Calvino e as suas cidades utópicas, trago neste jogo de emoções, o desejo utópico da minha cidade ideal, da cidade do momento, da cidade vivida, da cidade real e irreal - distorção utópica da distopia o meio urbano se torna.
Reflexo de um tempo que vivemos, reflexo de uma quarentena e isolamento infindáveis. Calvino falava de cidades dentro de cidades, de pessoas entre pessoas.
Note-se, neste ensaio, a presença fundamental de um corpo, um corpo estranho,perdido,banal.
Da mera cidade parada que se move ao som dos sinos, às plantas sem cor pautadas pelo chilrear dos pássaros, ao corpo que ora sobre ora desce, ora se esforça ora descansa. Do corpo que pensa, para e pensa - "NÃO VIVI". O tormento de nada ter vivido, o tormento da não pertença, do não ser.
Ao longo do vídeo a personalidade e o pensamento da personagem vão evoluindo, crescendo, e o cântico "Cidade, cidade, cidade há-de voltar/cidade, cidade, cidade há-de ficar" ganha mais vigor. O ímpeto à liberdade, ao toque, à saudade, à vida em comunidade.